A Verdade Suprema - Maharaj



Em seu estado de perfeição, a Consciência Total é inconsciente de sua consciência;
Então a consciência se levanta num gemido de Aum, e o sonho da criação começa.

É consciente de ser, e exulta nesta condição de ser.
Imersa no amor do estado de eu sou, expressa-se na dualidade.

Através da união do duplo aspecto masculino-feminino,
Através dos cinco elementos: Espaço, ar, fogo, água e terra,
Através dos três Gunas: Sattva, Rajas e Tamas
Manifesta-se na duração. No sonho do espaço-tempo
Manifesta-se como fenômeno, criando milhões de formas, soprando nelas a força da vida e a consciência imanente que a tudo permeia;

Através destas formas, em regozijoso amor por si mesma, a consciência funciona como Prajna.
Os seres sensíveis – meras imagens, assim concebidos – maravilha das maravilhas!
Como objetos uns aos outros se percebem, assumindo a subjetividade por si mesmos, cada um, em maravilhosa ilusão, vê-se como entidade separada, com julgamento e vontade independentes.

Cada um esquece seu potencial ilimitado como Absoluto, e aceita sua identidade limitada como aparência, um mero fenômeno;

Cada um toma o funcionamento de Prajna como suas próprias ações pessoais,
Ata-se a uma escravidão ilusória, e sofre dores e prazeres!

Aparece, então, o Guru misericordioso, pleno de Graça e Luz divina, e mostra a ele o que é realmente: Aquilo que ele acredita ser, nada mais é que um óvulo fecundado no útero da mãe, no qual está latente a luz da sensibilidade a noção de "eu sou", a consciência que ele é.

Com milhares de nomes designados, Rama, Krishna, Ishwara, Brahman, é o mesmo estado de "eu sou";

A luz da consciência, Mahamaya, em grandiosa ilusão, confunde sua própria natureza e a conduz erradamente.

Até que o Guru diga: Pare, veja a si mesmo como você é, em sua verdadeira glória. Sobre seu estado original atemporal, a numenalidade Absoluta, apareceu como uma doença temporária, o corpo-com-consciência, espontaneamente, sem causa ou razão, como parte do funcionamento de Prajna. E se desenvolve pelo seu tempo de vida até que, também espontaneamente desapareça – e a consciência, não mais consciente de si mesma, funde-se na Consciência – ninguém nasce, ninguém morre.

Diz Nisargadatta Maharaj de maneira simples e direta:
O que você era antes de adquirir o corpo?
Volte para a origem; permaneça tranquilo, e então o buscador desaparecerá e se fundirá na busca. Não mais consciente da Consciência, na Totalidade e unicidade, Eu sou sem dualidade.

Com penetração e intuição, com profunda convicção, fácil de apreender.
Isto-Que-É está além dos limites do intelecto. Só a objetiva e a fenomênica – presença ou ausência – o Intelecto poderá compreender.

Mas o que-Eu-sou não é presença nem ausência;
Ausência da presença da presença,
Ausência da presença da ausência,
É o que-Eu-sou."
Nisargadatta Maharaj em Sinais do Absoluto

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