Sincrodestino - Quinto Sutra




Quinto Sutra – Sou emocionalmente liberto.

Moksha

Quando entendemos que a realidade externa não pode ser separada da realidade interna, que o Universo é em realidade nosso corpo mais extenso, resulta evidente que a energia negativa que está em nosso interior é destrutiva. A turbulência emocional é um dos principais obstáculos para nossa felicidade; sem dúvida, é possível transformar a energia negativa em um nível mais elevado de consciência.

A palavra Moksha significa Liberdade; O que expressa este sutra quando ressona em teu interior é: “Sou emocionalmente liberto. Minha vida é livre de qualquer melodrama. Estou livre de ressentimentos, aflições, hostilidades e culpa. Estou livre de apegos e do egoísmo. Estou livre de auto-piedade. Posso rir de mim mesmo. Posso ver o lado engraçado da vida.”

Todas estas afirmações estão contidas na LIBERDADE;

Se não sou emocionalmente livre ofusco e distorço a experiência do espírito com o ego e minhas melhores intenções não podem cumprir-se. Em última instância, a liberdade emocional produz liberdade psicológica e espiritual. Na realidade só existem duas emoções: a dor e o prazer. Ou se sente bem ou se lamenta. A maioria crê que as duas emoções fundamentais são o amor e o medo, mas estas são em realidade formas de responder as potencialidades do prazer e da dor. Amor significa que queremos nos cercar de algo porque pensamos que nos dará prazer. Medo significa que queremos nos afastar porque cremos que nos produzirá dor.

Passamos nossa vida em busca do prazer e evitando a dor; As coisas que produzem prazer ou dor são diferentes para cada um. O prazer e a dor surgem de nossas necessidades; (...) O ego é que interpreta as coisas como prazeirosas ou dolorosas e que sente as reações emocionais de ambas. A condição ótima e mais adequada é o equilíbrio.

Quando temos uma turbulência emocional perturbamos o equilíbrio interno natural, o qual pode criar um obstáculo a nossa evolução espiritual. Isto não significa que as emoções sejam danosas em si nem que devam ser evitadas. Como pessoas, sempre teremos emoções; é parte da condição humana; (...)

Pense que a vida é como um rio com duas margens; prazer em um dor em outra. A melhor maneira de navegar por este rio é manter-se no meio dele, avançar a mesma distancia das duas margens; Se te aproximas demasiado de alguma delas, perdes velocidade e corres o risco de encalhar. Demasiado prazer produz apego; demasiada dor pode eclipsar seu gosto pela vida;

É importante lembrar que dor demasiada não tem que ser física; pode ser dor emocional ou inclusive uma lembrança do passado; mesmo que nosso instinto natural não possa evitar a dor, devemos manejá-lo quando ocorrer. De outra maneira, ele ressurgirá mais adiante em alguma forma de turbulência emocional. A forma que tomar pode resultar inesperada, mas ressurgirá inevitavelmente, talvez como insônia, enfermidades, ansiedade ou depressão.

Talvez a emoção mais destrutiva seja a ira; A meta última da transformação espiritual é a iluminação, o estado perpetuo de consciência de unidade, a consciência constante de que tu, eu e o resto do Universo estamos desenhando a mesma tela, criando a partir da inteligência não circunscrita. A ira nos impulsiona a causar danos aos demais; isto implica em ir na direção oposta a iluminação e a consciência da unidade. A ira ofusca qualquer percepção de unidade; a ira se relaciona unicamente com o ego. Em vez de impulsionar em direção a sincronicidade e a iluminação, a ira te empurra para trás; cria um bloqueio as mensagens transformadoras do Universo;

Por tanto é indispensável compreender e integrar todas as formas de turbulência emocional. (...) Devemos transformar a ira, como qualquer outra emoção negativa em nosso interior.

O primeiro passo para transformar as emoções, consiste em assumir a responsabilidade daquilo que estamos fazendo; Para assumir esta responsabilidade devemos reconhecer a emoção.

Que estás sentindo? Em que parte de seu corpo a sentes? Uma vez que possa identifica-la observe-a. Sinta-a o mais objetivamente que puder, como se fosse outra pessoa observando. A ira é desencadeada pela dor. Descreva a dor deste ponto específico em seu corpo, procure identificar. Uma vez que tenha identificado a dor que desencadeia a ira em você, pode começar a expressa-la, liberá-la, compartilhar com alguém; transforme a experiência dolorosa em uma nova consciência; com o tempo podes chegar a celebrar a dor como mais um passo até sua iluminação espiritual. Ao aceitar a dor desta maneira, a turbulência emocional desaparecerá e o caminho para a sincronicidade voltará a despontar.

Exercício: Como manejar a dor emocional.

Este exercício requer dez minutos de tranquilidade em um lugar onde não seja incomodado.

Comece meditando uns momentos; com os olhos fechados, recorde algumas situações do passado que te fizeram sofre muito; uma vez que te lembre da situação, tente recordar todos os detalhes que possa, reviva como um filme mental toda a cena;

Identifique o que está sentindo; Qual palavra melhor descreve o que sentes a respeito deste acontecimento, ou situação? Busca uma palavra que defina os sentimentos, sua melhor descrição; agora se concentre nesta palavra alguns minutos.

Deixe sua atenção se voltar agora para seu corpo. Que sensações físicas sente como resultado de reviver aquela situação? Todas as emoções tem aspectos mentais e físicos inseparáveis. Os sentimentos ocorrem na mente e no corpo ao mesmo tempo. Perceba as sensações que se ocorrem no seu corpo. Onde sentes dor? Perceba seu corpo e as reações físicas que emergem dessas emoções;

O seguinte passo consiste em expressar os sentimentos. Coloque sua mão na parte do corpo onde sentes dor, e diga para si mesmo em voz alta: “aqui dói”. Toque cada parte do seu corpo que sente doer e diga em voz alta: “aqui também dói”.

Nossas reações aos acontecimentos externos se manifestam no corpo. Criamos emoções que geram dor física. Quando compreendemos este processo, podemos transformar nessa forma de responder ao que nos causa dor. (...) Uma vez reconhecido os locais de dor, estamos assumindo a responsabilidade por sua existência, somente então podem ser liberador;

Coloque sua atenção na parte do corpo onde sentes dor; Procure liberar juntamente com a respiração, esta tensão que estas mantendo nesta região. Concentre-se durante alguns minutos em liberar tensão e dor em cada região dolorosa do corpo, deixando-a ir, exalando-a.

O próximo passo é compartilhar esta dor; Imagine como falaria com a pessoa envolvida na situação que se recordou para este exercício. O que diria a ela? Lembre-se de que ela não foi a verdadeira causa da sua dor. Tiveste uma reação emocional que se manifestou em dor física. Você assumiu a responsabilidade. Com isto em mente, o que dirá a esta pessoa? O que decidir lhe dizer será exclusivo de ti e de tua situação. Qualquer coisa que diga para compartilhar a dor que sentiu, ajudará a eliminar para sempre esta experiência de tua consciência. Compartilhe o que sentiu, o que sente agora, como uma forma de liberação das emoções negativas.

Podes praticar este exercício sempre que acontecer alguma turbulência emocional em sua vida. Quando tiver terminada dedique um momento para celebrar que esta experiência dolorosa foi útil para transcender a um nível mais elevado de consciência. Se praticá-la regularmente, com o tempo serás capaz de liberar mais e mais a turbulência e a dor emocional, liberando assim, a capacidade de experimentar mais e mais a sincronicidade.

Deepak Chopra em Sincrodestino

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