Chuva...


Que venha a chuva,
Com suas gotas brilhantes,
Molhar meu rosto,
Escorrer pelo meu corpo
Colando nele o meu vestido.

Que ela me faça sentir um arrepio
Quando tocar meu pescoço
Com seu beijo molhado,
E me faça tremer ao sentir
O suave sopro do vento
Como uma carícia suave, deslizante, inebriante...

Então, eu dançarei descalça, na grama molhada,
Seguindo o descompasso do meu coração que,
Sem direção,
Mergulha absorto nessa inesperada explosão...

O vento refresca,
Mas é quente o meu corpo nessa dança.

Entrego-me a esse momento,
Abro os braços à chuva, à vida,
E me sinto plena...

E como a chuva que vai parando devagar
dando lugar a um sol radiante,
Deixo-me saborear os últimos instantes dessa dança solitária,
E finalmente me aquieto, esperando que o calor que me invade
Seque minhas roupas,
E me convide para a próxima dança...

Comentários