Numa festa...quem é você?


"Tem uma pequena história que me agrada contar e cabe muito bem aqui:
Um iluminado vai a uma festa, e enquanto estava tomando um drinque, senta-se alguém ao seu lado – detalhe: festa é feita para socializar –, então, ele se dirigiu àquela pessoa e perguntou: “Quem é você?

O homem prontamente respondeu: “Eu sou o Paulo”.

O iluminado continuou o diálogo: “Eu não perguntei o seu nome. Estou perguntando quem é você?

Parecendo ter entendido, Paulo retrucou: “Sou engenheiro”.

Mas o homem sábio disse: “Não, eu não perguntei o que você faz. Perguntei quem é você”.

E finalmente o Paulo concluiu: “Você me pegou! Tudo o que sei é que sou o Paulo, engenheiro, 34 anos. O resto eu não tenho a menor ideia”.

Tudo o que a mente sabe só tem relação com a forma e com o nome.
Mas você não é a forma, nem o nome.
As pessoas são catedráticas a respeito dessa área emocional que vibra entre a mente e o corpo, mas “quem” elas são, não fazem a menor ideia."
Satyaprem em Satsang

Essa pequena história, que Satyaprem nos coloca, é interessante.
Em poucas linhas, numa situação simples, que provavelmente todos nós já passamos, vemos como estamos atrelados a conceitos mentais, superficiais, e relativos, e nem de longe temos acesso ao absoluto..
Acho curioso porque se fizermos estas mesmas perguntas á pessoas de todos os povos, religiões, épocas e níveis sócio-culturais, veremos que as respostas serão basicamente as mesmas..talvez com pequenas variações, mas basicamente as mesmas respostas.

Aqui Satya coloca como um brincadeira, mas ele aponta que o que somos é indizível, está além de qualquer conceito, palavras, eventos, memórias, histórias, enfim...somos aquilo que percebe tudo isso, percebe tudo acontecendo...somos a consciência absoluta que experimenta-se na totalidade da existência, e relembrando-se, descobre-se e maravilha-se consigo mesma, e com todo o reflexo do Si na beleza de tudo que há.

Toda essa consciência desperta, advém da experimentação.
Viver é experimentar.
Nenhuma teoria, jamais sequer alcança a grandeza da vivência, da própria experiência.
E aqui, nesta situação vemos que o mestre aponta a verdade, indaga, pergunta, cria uma "fricção", como dizia o Osho. Todo o resto que possa advir daí, acontece naquele que escuta.

Nesta história do Paulo, vemos que no final ele acaba se rendendo à pergunta do iluminado. Já que todas as suas respostas não responderam, ele percebe que a resposta, se existir alguma, não é respondível, ela precisa ser verdadeiramente vivenciada, e está além de qualquer palavra, está além da mente...
Então:Quem é você? :)
Amor
Lilian

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