Some a dualidade!


Participante – Satyaprem, uma vez te perguntei se somos os fazedores ou os “fazidos”, e você disse que éramos metade cada um...

Sim, você é uma parte o fazedor e outra o “fazido”. De um certo ponto de vista, parece que você está fazendo e de outro que está sendo feito. O que acontece é que você está sendo feito e, ao mesmo tempo, não está separado daquele – ou “daquilo” – que está fazendo. Então você é o fazedor, o Grande Fazedor, aquele de onde todas as coisas nascem.

Pondere: ou você é a unidade ou é alguma outra coisa, algo que se pensa separado da unidade. E somente quando você é alguma coisa, entra em pauta o que você está fazendo ou não. Nesse caso, quando você é aquele que faz você é aquele que é, pois não há dúvida que tudo o que acontece é “feito” por Você. E, da mesma maneira, aquilo que está sendo feito também é você.

Você é as duas coisas, ou melhor dizendo: você é tudo. O que na verdade, põe em pauta a seguinte realidade: uma coisa anula a outra e, sendo assim, você não é nem o fazedor nem o “fazido”. Podemos ilustrar observando que um avião depende das duas asas para voar. Sem uma delas, ele não funciona. Assim, do ponto de vista da mente você é o fazedor e do ponto de vista da iluminação, da Verdade, você é o “fazido”. Aqui, é interessante deixarmos o mais clara possível a questão da dualidade. Se respondo que somos metade uma coisa e metade a outra, o que acontece, na verdade?

Participante – Some a dualidade.

É isso! Identificado com o corpo, o corpo é você e parece que ele é o fazedor. Mas, ao dar-se conta que isso não é você, um deslocamento ocorre e o corpo passa a ser visto e reconhecido como “fazido”.

O único paradoxo que exigirá um pouco mais é que o corpo é feito para “fazer”. Então, ao mesmo tempo que ele faz, ele é "feito".
Nada pode ou deve ser excluído. Estamos aqui para chegarmos a esse ponto onde não existe exclusão de nada e nada está acontecendo. Este deve ser o único intento de estarmos aqui, dia após dia."
Satyaprem em Satsang

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