A Linguagem do Silêncio...
"A semente jamais pode descansar. O descanso é somente para as flores. A semente é a flor em potencial, e o potencial é ambicioso, anseia pelo seu futuro.
Você já observou isso no seu próprio ser? (...)
Um cachorro é o que tem de ser, e não se espera mais nada para acontecer. Um búfalo é o que o que tem de ser, e não há nada mais: ele já aconteceu. O que poderia acontecer já aconteceu. (...)
O ser humano tem uma potencialidade, um futuro, ele é uma abertura. Assim há um medo constante: conseguiremos ou não? Quantas vezes você já deixou escapar? Vamos deixar escapar de novo? É por isso que não estamos felizes. A existência fica celebrando, há lindos cânticos, uma grande alegria, um grande júbilo! Toda a existência está sempre numa festa, ela é um carnaval! (...) Mas de alguma maneira o ser humano ficou de fora.
O ser humano esqueceu da linguagem da inocência, esqueceu-se de como se relacionar com a existência, de como se relacionar consigo mesmo!
Relacionar consigo mesmo significa meditação, e relacionar-se com a existência significa prece. O ser humano se esqueceu da linguagem, e por isso parece que somos forasteiros na nossa própria casa, forasteiros em relação a nós mesmos. Nós não sabemos quem somos, não sabemos porque somos e não sabemos para que continuamos a existir. Parece que tudo é uma infindável espera, uma espera por algo que não existe.
Ninguém sabe se esse algo virá ou não. Na verdade o que é esse algo? Ninguém sabe nem mesmo isso; mas a pessoa precisa esperar por alguma coisa; então ela cria alguma idéia e espera por ela. (...) A pessoa precisa esperar, precisa preencher o próprio ser; do contrário ela se sente muito vazia. Esperar dá um senso de propósito e de direção. Você pode se sentir melhor, pelo menos está esperando. Ainda não aconteceu, mas algum dia vai acontecer.(...)
Assim, a primeira coisa que gostaria de dizer é que estamos perdendo, estamos continuamente perdendo, pois usamos a mente como linguagem para nos relacionar com a existência, e a mente é uma maneira de isolar você da existência; é uma maneira de separá-lo e não de ligá-lo. O pensamento é a barreira. Os pensamentos são a Muralha da China à sua volta, e quando você está tateando através dos pensamentos, não pode tocar a realidade. Não que a realidade esteja distante; ela está próxima. (...) Mas se você estiver pensando, remoendo, analisando, interpretando e filosofando, então começa a se afastar cada vez mais da realidade, pois quanto mais pensamentos você tiver, mais difícil será perceber através deles; Eles criam uma grande névoa, uma cegueira. (...)
Então qual a linguagem para se relacionar com a realidade? O não-pensar. No que se refere à realidade, as palavras não têm sentido; o silêncio é significativo, é fecundo, e as palavras são simplesmente mortas. A pessoa precisa aprender a linguagem do silêncio.(...)
No dia em que você novamente se tornar silencioso, o mesmo vai acontecer: de novo você cairá no útero da existência, de novo se relacionará. Você se relacionará de um modo totalmente novo; na verdade não totalmente, porque você conheceu isso no útero da sua mãe, mas se esqueceu... é isso que eu quero dizer quando digo que o ser humano se esqueceu da linguagem de se relacionar. Esse é o caminho; como você se relacionava com sua mãe no útero. Cada vibração sua era transmitida à sua mãe e cada vibração dela era transmitida a você. Havia um simples entendimento e nenhum mal entendido entre vocês. O mal entendido só acontece quando o pensamento entra em cena. (...)
É impossível se relacionar com a mente; você só pode se relacionar com uma consciência. Uma consciência não tem passado, e uma mente é apenas passado e nada mais."
Osho em Tantra o Caminho da Aceitação
Que texto verdadeiro e inspirador. E acredito em cada palavra que aqui foi dita! Adoro essa leitura edificante!!
ResponderExcluirBeijos e uma boa semana, querida Lilian!♥
:) beijos Mari querida! Linda semana para você também!! Muita luz!! <3
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