Rani e a música - Conto Indiano
Rani acordou repentinamente. Sentia-se inquieta, como uma formiga
quando sente o cheiro do açúcar.
No ar, havia uma música, uma música que penetrava o coração e machucava a alma. Levantou-se e sem que ninguém percebesse, saiu correndo do palácio até o lugar de onde a música vinha, mas o rio cortou seu caminho.
Na margem do rio, olhou ao redor, desesperada e sentindo-se impotente.
Seus olhos avistaram um bote. Perto dele viu seu dono dormindo.
Seus olhos avistaram um bote. Perto dele viu seu dono dormindo.
- Quero cruzar o rio, disse, acordando-o bruscamente.
- A essa hora da noite não é conveniente colocar o bote na água, disse o homem.
- Por favor, implorou ela. - Sinto-me atraída, é algo mais forte que eu, pelo lugar de onde vem esta música do outro lado do rio.
- E qual seria a minha recompensa?, perguntou o dono do bote.
- Pegue este colar de pérolas, mas leve-me até o outro lado do rio.
- Pegue este colar de pérolas, mas leve-me até o outro lado do rio.
O rosto dele iluminou-se pela cobiça.
- Mas o que eu faria com este colar? Se a minha esposa o usasse os vizinhos teriam muita inveja e a amaldiçoariam ou a acusariam de ladra.
Não, senhora, não o quero.
- Mas o que eu faria com este colar? Se a minha esposa o usasse os vizinhos teriam muita inveja e a amaldiçoariam ou a acusariam de ladra.
Não, senhora, não o quero.
Rani estava absolutamente desesperada. A melodia parecia aproximar-se, perfurando a sua alma.
- Se me levar até a outra margem, eu lhe darei o meu palácio. Não percamos mais tempo.
- Só uma esquina do palácio acomodaria toda a minha família e, inclusive,
sobraria espaço. Como o manteria?
- Só uma esquina do palácio acomodaria toda a minha família e, inclusive,
sobraria espaço. Como o manteria?
A música aproximava-se cada vez mais. Ela estava hipnotizada.
Sem sequer pensar em sua posição, jogou-se aos pés do homem e levantou-se abruptamente.
A música divina estava tão perto que quase podia tocá-la.
Estava em êxtase. Sentiu-se como se estivesse flutuando no ar.
Começou a dançar... Esqueceu-se dela mesma... Esqueceu de tudo...E, nesse momento, a melodia que havia encantado a sua alma brotou como néctar de seus lábios.
Ela mesma era a fonte da música.
As notas encantadas que vinham do outro lado do rio eram o eco de si mesma.
Seu rosto se iluminou como a lua e seus olhos irradiavam luz.
"O que importa é o que está dentro de você. Não procure em outro lugar."
As notas encantadas que vinham do outro lado do rio eram o eco de si mesma.
Seu rosto se iluminou como a lua e seus olhos irradiavam luz.
"O que importa é o que está dentro de você. Não procure em outro lugar."
Contos da Índia
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