Olhos de Buda e Nirvana...


"Nirvana quer dizer “sem fogo”. “Fogo extinto” ou, “sem vento das paixões”. 

Nirvana é a mesma coisa que Samsara. Samsara é Nirvana. Samsara é o mundo da perambulação, onde andamos de lugar para lugar, procurando a felicidade ou satisfação. 

Nós procuramos, andando sem fim, procurando e trocando. Uma casa nova, um carro novo, etc, procurando, procurando, sempre trocando, isso é samsara. É o mundo rodando e você procurando a solução e satisfação de problemas sempre novos.

Vão sempre surgir, porque é característica desse mundo mutante. 

O que faz essas sensações todas, são o “vento das paixões”. E nós somos como folhas tocadas pelo vento das paixões.

NIR é uma partícula negativa e VANA é o fogo das paixões. 

Então podemos traduzir como “Fogo extinto, ou sem ventos”, e, na analogia que estou fazendo, não tem vento para empurrar a folha de lado pra lado. 

Não tenho paixões mundanas, então de repente surge uma grande calma, porque não importa. Atrasou, atrasou, perdeu o avião, perdeu o avião, tem comida tem, não tem comida, não tem. Perdi tudo que tinha, perdi tudo que tinha. Ganhei bastante, ganhei bastante. 

As paixões não estão empurrando, então o mesmo lugar que é Samsara, é Nirvana.

O que mudou é a maneira de ver. 

Você tira os seus olhos, que vêm o Samsara, e troca pelos olhos de Buda, olha com uma mente iluminada e aí aquilo que era Samsara, virou Nirvana. 

Então Samsara não é um lugar. E Nirvana também não. Não dá pra “ir” para o Nirvana. 
Você muda a si mesmo e aí, este lugar torna-se Nirvana.” 
-Monge Genshô, em Sutra do Coração da Sabedoria, pelo Daissen Zendô

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