A sensibilidade é um presente - Jeff Foster


"As vezes olho este mundo e através de mim se move uma imensa e antiga tristeza.Tudo é tão exageradamente rápido aqui.
Muitas vezes, me sinto como alienígena.Um alienígena lento, atento, presente.

Vejo as pessoas correndo de uma experiência para outra, detendo-se apenas para contemplar o maldito milagre de sua existência. Quase nunca dando-se o tempo para que a maravilha irrompa. Passando os dias sem sequer dizer a verdade ou sentir seus sentimentos.

Fugindo de si mesmas. Apressando-se para futuros imaginários. Tão maravilhados com o 'lá' que esquecem o milagre aqui. Tão identificados com o 'fazer' que o mais precioso se perde. Ser. A vida mesma.
Confortáveis. Populares. Fabulosos e bem sucedidos, talvez. No caminho para um melhor e mais excitante amanhã.

Mas tão assustados de ir mais devagar. Temerosos de descansar profundamente. Aterrorizados para parar e dar boas-vindas a tudo que espreita desde a profundeza. Os medos reprimidos. As ansiedades. Os anseios de infância não metabolizados. 


Vidas não vividas, potenciais não desenvolvidos, verdades não expressas.

Amando a luz, mas com medo de tocar a obscuridade.
Abandonando o amor cósmico que foi escondido com o objetivo de sobreviver.

Esquecendo a alegria natural que foi esmagada para poder converter-se em 'adulto'.
Desprezando a vitalidade lúdica, que teve que ser apagada para poder 'encaixar'.

E agora, conformes com os prazeres superficiais. Com o êxito. A popularidade. As aparências. As conquistas. As coisas que importam, mas que nada importam no final das contas.
Satisfeitos com uma versão limitada e condicional de felicidade. Essa que pode ser publicada no Instagram. Essa que se pode comprar e vender. Essa que tem um oposto.

Essa que cai bem.
É triste ver nosso grande potencial esquecido.

Não há nada de 'mau' com algumas destas atividades inconscientes. Não as estou julgando. Amo nossa vulnerável humanidade, e compreendo o mecanismo de viver apressadamente, e todos estamos fazendo nosso melhor esforço, dado nosso condicionamento.
Eu costumava correr. Mas tive que parar.

Porque o amor que buscava nunca poderia ser encontrado no futuro. Sempre esteve aqui, enterrado em meu próprio Coração, muito mais próximo que a respiração.

Só desejo que todos possam realmente encontrar a coragem para parar. Descansar. Romper-se, se necessário. Chorar, se necessitam. E finalmente sentir o abandono, a pena, a vergonha que inconscientemente estava dirigindo o espetáculo.
Finalmente deixar de fingir.

Finalmente sacrificar as aparências viciantes pela verdade viva - esta verdade que assusta, desorienta e estremece.
Não há nenhuma desonra em romper-se, nem em respirar através do desastre.

O sossego e a empatia em um mundo apressado é um desafio, com certeza.
Ser sensível em um mundo que se tornou louco pelas 'coisas'.
Ser um amante em um mundo que reduziu o amor a uma mercadoria e a um sentimento passageiro.
Estar desperto em um mundo que trata de tornar você indiferente.
No entanto, você não pode ser indiferente.
Porque conhece seu caminho agora.

E sua sensibilidade é um maravilhoso presente para este mundo apressado."

Jeff Foster em Satsang
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