Abandono...


Não me peça para amar em paz,
Já deixei a muito os desejos vãos de tardes sonhadas,
já deixei canções que me levaram no tempo,
já abandonei poemas que me enchiam de lágrimas,
e mesmo assim,
continuo te amando como sempre amei...

Não me peça para amar silente sem nenhuma demostração do amor,
Perdi de vista o caminho que percorri,
em meio a curvas ficaram meus sonhos e esperanças despedaçados,
Deixei cair as máscaras e os milagres,
e abandonei a mim mesmo em pedaços,
sem nem mesmo saber como,
mas abandonei...

Abandonei memórias e rimas,
histórias e falas,
desejos e sonhos,
Abandonei tudo aquilo que me separava
de mim...

E nesse abandono louco, insano
acabei por encontrar,
Não mais aquela face aparente, incólume
Mas a alma,
transparente e luminosa
sem temporalidade,
Só mesmo o eterno sopro tênue
de um amor
sem fim...

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