Trabalho, caminho de realização - Tarthang Tulku
O que todas estas recompensas têm em comum é que são extrínsecas ao processo do trabalho em si.
Trabalhamos para realizar metas específicas, mas raramente encontramos valor no próprio processo de trabalhar.
Esta maneira de trabalhar gera empobrecimento em um nível muito profundo. Quando o trabalho como uma atividade não é valorizado por si, raramente trabalhamos com real satisfação ou com um sentido de profunda realização. Momentos como estes existem, mas logo passam, ficando apenas a lembrança de um bem-estar.(...)
Trabalhamos para realizar metas específicas, mas raramente encontramos valor no próprio processo de trabalhar.
Esta maneira de trabalhar gera empobrecimento em um nível muito profundo. Quando o trabalho como uma atividade não é valorizado por si, raramente trabalhamos com real satisfação ou com um sentido de profunda realização. Momentos como estes existem, mas logo passam, ficando apenas a lembrança de um bem-estar.(...)
Quando trabalhamos sem real satisfação, o trabalho é basicamente pouco compensador. temos que nos obrigar a fazer o que fazemos e este conflito interno conduz à exaustão do espírito e da mente, amortecendo nossos sentidos e privando-nos de encontrar prazer em outras áreas de nossa vida. Trabalhando com resistência, somos naturalmente ineficientes e nosso trabalho tende a caminhar em direção à mediocridade e ao fracasso, e não ao sucesso e à excelência.(…)
Nós em geral pensamos que trabalhamos para nosso próprio benefício, mas de fato não somos muito hábeis em satisfazer nossas necessidades e desejos. Conformamo-nos com um estilo de vida no qual a maior parte do nosso tempo é dedicada a uma atividade que achamos apenas parcialmente compensadora. Buscamos a verdadeira satisfação fora do trabalho, deixando nossas vidas em suspenso durante o tempo em que estamos nos dedicando a ele. Buscando a alegria às margens da nossa vida, acabamos sustentando padrões negativos como vícios e escapismos. O trabalho pode nos dar formas temporárias de gratificação do ego, mas há uma outra parte de nós, mais profunda, que não está sendo nutrida. Não é à toa que tantas pessoas sentem que alguma coisa está desequilibrada em suas vidas.(…)
A escolha de não usar o trabalho como um campo de treinamento não é uma opção real. Quando as pessoas deixam de aprender com as lições que o trabalho ensina, elas lançam as sementes para o fracasso e a insatisfação na vida prática e perdem a oportunidade de encontrar o verdadeiro significado e a profunda realização no campo espiritual.
Talvez muitos de nós vivamos exatamente assim, mas não há motivos para que isto continue.
Quando o trabalho torna-se um caminho de realização e satisfação, nossas ações tornam-se cada vez mais significativas. Ultrapassamos a sensação paralisante que o tempo despendido no trabalho roubou-nos de nossos verdadeiros interesses, e readquirimos o controle sobre a metade de nossas vidas. Podemos então realmente tomar conta de nós mesmos. Em vez de nos preparar para decepções e frustrações, podemos satisfazer nossos melhores interesses em tudo o que fizermos.(…)
Quando o trabalho torna-se um caminho de realização e satisfação, nossas ações tornam-se cada vez mais significativas. Ultrapassamos a sensação paralisante que o tempo despendido no trabalho roubou-nos de nossos verdadeiros interesses, e readquirimos o controle sobre a metade de nossas vidas. Podemos então realmente tomar conta de nós mesmos. Em vez de nos preparar para decepções e frustrações, podemos satisfazer nossos melhores interesses em tudo o que fizermos.(…)
As lições que aprendemos com o trabalho geralmente têm a ver com nossos erros e falhas, mas estas podem ser, de todas, as lições mais importantes. Talvez, o que percebamos sejam as maneiras pelas quais nos tapeamos ao trabalhar: as desculpas e a preguiça, a tensão e a preocupação, as desistências e os adiamentos. Se isto acontecer, podemos aprender muito com estas experiências.
Conscientes do que estamos fazendo, podemos criar a intenção de mudar e desenvolver a disciplina necessária para isto. Neste ponto, o trabalho torna-se nossa tábua de salvação para a transformação – o meio através do qual podemos desenvolver nosso modo de pensar, nossas atitudes, relacionamentos e ações.(…)
Conscientes do que estamos fazendo, podemos criar a intenção de mudar e desenvolver a disciplina necessária para isto. Neste ponto, o trabalho torna-se nossa tábua de salvação para a transformação – o meio através do qual podemos desenvolver nosso modo de pensar, nossas atitudes, relacionamentos e ações.(…)
O trabalho tem valor em todos os aspectos do ser humano. Através do trabalho, podemos encontrar um modo de viver rico e sadio, fundamentado na abundância da atenção plena, concentração e energia. A riqueza que surge com este modo de ser elimina para sempre a sensação de que nossas vidas estão empobrecidas. Sejam quais forem as circunstâncias externas, estamos prontos para prosseguir, caminhando firmemente para nossa realização.”
Tarthang Tulku Rinpoche - em Ensinamentos que vem do coração
Obrigada por textos tão enriquecedores.
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